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Já o tempo se habitua (Zeca) Songtext
von B Fachada

Já o tempo se habitua (Zeca) Songtext

Já o tempo se habitua a ′tá alerta
Não há luz que não resista a noite cega
Já a rosa perde o cheiro e a cor vermelha
Cai a flor da laranjeira, a cova incerta

Água mole, água bendita, fresca serra
Lava a língua, lava a lama, lava a guerra
Já o tempo se acostuma à cova funda
Já tem cama e sepultura, toda a terra

Nem o voo do milhano ao vento leste
Nem a rota da gaivota ao vento norte
Nem toda a força do pano, todo o ano
Quebra a proa do mais forte, nem a morte


Já o mundo se não lembra de cantigas
Tanta areia suja, tanta erva daninha
A nenhuma porta aberta chega à lua
Cai a flor da laranjeira, a cova incerta

Nem o voo do milhano ao vento leste
Nem a rota da gaivota ao vento norte
Nem toda a força do pano, todo o ano
Quebra a proa do mais forte, nem a morte

Entre as vilas e as muralhas da moirama
Sobre a espiga, sobre a palha que derrama
Sobre as ondas, sobre a praia já o tempo
Perde o riso, perde a fala, perde o amor

Nem o voo do milhano ao vento leste
Nem a rota da gaivota ao vento norte
Nem toda a força do pano, todo o ano
Quebra a proa do mais forte, nem a morte

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