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Cinema Americano Songtext
von Thaís Gulin

Cinema Americano Songtext

Tão homem, tão bruto
Tão Coca-Cola, nego, tão rock′n'roll
Tão bomba atômica, tão amedrontado
Tão burro, tão desesperado

Tão jeans, tão centro
Tão cabeceira, tão Deus
Tão raiva, tão guerra
Tanto comando e adeus

Tão indústria, tão nosso
Tão falso, tão Papai Noel
Tão Oscar, tão triste
Tão chato, tão ONU e Nobel

Tão hot dog, tão câncer social, tão narciso
Tão quadrado, tão fundamental

Tão bom, tão lindo
Tão livre, tão Nova York
Tão grana, tão macho
Tão western, tão Ibope


Racistas, paternalistas, acionistas
Prefiro os nossos sambistas

A ponte de safena, Hollywood e o sucesso
O cinema, a Casa Branca
A frigideira e o sucesso
A Barra da Tijuca, Hollywood e o sucesso
Prefiro os nossos sambistas

Prefiro o poeta pálido
Anti-homem que ri e que chora
Que lê Rimbaud, Verlaine
Que é frágil, que te adora

Que entende o triunfo
Da poesia sobre o futebol
Mas que joga sua pelada
Todo domingo debaixo do sol

Prefere ao invés de Slayer
Ouvir Caetano, ouvir Mano Chao
Não que Slayer não seja legal e visceral
A expressão do desespero
Do macho americano é normal
Esse medo da face fêmea dita por Cristo é natural


É preciso mais do que um soco
Pra se fazer um som, um homem, um filme
É preciso seu amor, seu feminino, seu suingue

Pra ser bom de cama
É preciso muito mais do que um pau grande
É preciso ser macho, ser fêmea, ser elegante

Pa-pa-pa-pa-pa-pa-pa
Pa-pa-pa-pa-pa-pa-pa

Prefiro os nossos sambistas

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